Acreditem, é incrível o número de pessoas que ainda desconsideram essa verdade. Entram em relacionamentos
e se enganam, fingindo que certas características do parceiro estão lá quase por acaso, mas que com certeza
essas coisas mudarão quando a fada boa do amor cantar sua canção de ninar para o casal apaixonado.
Quase como se o amor fosse uma espécie de borracha gigante com a qual pudéssemos apagar do outro as
imperfeições que tanto nos incomodam. Repito... isso não vai acontecer! Amor não é borracha!
Um dos maiores problemas que vejo nos relacionamentos atualmente está no fato de que as pessoas ficam
tão desesperadas para encontrar um parceiro que basta alguém as escolher para que se sintam imediatamente
gratas por serem salvas desse horrendo destino: solidão. Com isso, nunca escolhem.
Basta que sejam escolhidas. Se um sapo as escolhe, vira príncipe na hora! E se forem escolhidas por
alguém que tenha valores muito diferentes dos seus, por exemplo, as pessoas resolvem essa “pequena
dificuldade” negando essas diferenças e dizendo a si mesmas que com o tempo isso irá mudar e,
magicamente, os dois se tornarão parecidos, quase iguais. BESTEIRA!
O tempo vai passando e isso não acontece. O outro não muda! E aquelas diferenças começam a
incomodar. E em breve os dois estão desesperadamente tentando mudar um ao outro, como se essa
fosse a saída para que a relação pudesse funcionar. Em geral nesse processo alguém se torna o
cobrador e o outro se torna o que é cobrado e sufocado. Ambos vivenciam a frustração e a dor ao
se deparar com a dura verdade: o outro simplesmente não vai mudar.
O outro não vai dar mais do que pode só porque você quer.
O outro não vai aceitar menos do que acredita merecer só porque você quer! Tente perceber...
é muito importante que você perceba isso.
Se, lá no começo de tudo, você tiver calma, se der a si mesmo tempo para conhecer melhor a
pessoa que chegou à sua vida, se conseguir escapar dessa loucura coletiva que o leva a aceitar
a primeira pessoa que aparecer... se puder fazer isso, talvez possa dar a si mesmo a chance de
conhecer o outro melhor antes de fazer uma escolha. E ao fazer isso, talvez possa escolher melhor.
Imagine que você seja uma pessoa doce e carinhosa e decida ter um bichinho de estimação.
Você fica tão ansioso para comprar o bichinho que acaba comprando o primeiro que encontrou...
um lindo peixe dourado em um aquário redondo. Você leva o aquário para casa todo feliz e o
coloca em um lugar de destaque na sua sala. Mas aí a noite chega e você começa a se sentir só...
e percebe que sente falta de toque. Pega o peixe dourado e ... o coloca no colo...
Ops! E agora? Peixes não são muito de abraçar. Para falar a verdade eles parecem morrer
quando os tiramos de seu mundinho particular... entenda... não adianta querer colocar no colo
um peixinho dourado! Não vai funcionar!
Se era tão importante para você afagar um bichinho... por que comprou logo um... peixe????
Devia ter comprado um cachorro... um coelho... talvez um gato (se bem que a maioria dos gatos
não são muito de afagos). Mas... um peixe????
Com isso quero deixar clara a importância da escolha, de uma escolha consciente.
Agora, se você já comprou o peixe... NÃO ADIANTA QUERER QUE ELE VIRE UM
CACHORRO, entende? Ele não irá NUNCA latir ou se deitar no seu colo. Ou você aceita o
peixe como é ou aceita que fez uma besteira, escolheu errado. Nesse caso, deixe que o peixe
se vá e corra a um pet shop em busca do cachorrinho mais fofo e peludo que encontrar!
Loucura, no meu ver, é o que vejo em muitos relacionamentos. Gente brigando anos para
transformar peixe em cachorro, tartaruga em águia, elefante em gazela... gente perdendo um
tempo precioso que não volta mais, tentando encontrar culpados onde não há culpa
alguma.A culpa não é do outro! Um peixe tem todo o direito de ser peixe, afinal!
Nós é que precisamos ter mais clareza do que buscamos, aprender a ter mais calma
e consciência em nossas escolhas e parar de agir desesperadamente por medo dessa tal solidão.
"Nosso cérebro é o melhor brinquedo já criado: nele se encontram todos os segredos,
inclusive o da felicidade." (Charlie Chaplin)
Olá Mônica , muito boa reflexão. Penso que na verdade é muito bom encontrar alguém, que minimamente tenha os mesmos gostos que os nossos. Podemos aprender a gostar de novas coisas e também a desgostar de coisas que antes eram insubstituíveis para nós. Bom mesmo, é respeitar os próprios limites e assim encontrar paz para decidir o melhor caminho. Ophra no seu ultimo programa, disse que o desejo de todas as pessoas que entrevistou era o de serem aceitas pelas pelos seus... É inerente ao ser humano desejar o pertencimento. A questão é, quanto vale pertencer! Um abraço Márcia
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